Segunda chance depois do câncer de mama. Um depoimento de Elisiê Peixoto

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Fui diagnosticada com câncer de mama no final de 2003 ao fazer minha revisão anual com o meu ginecologista, que me pediu a mamografia.

A princípio, o nódulo não assustou tanto o médico, que me tranquilizou. Mas feita a biópsia, foi comprovado que se tratava de CA.

Em duas semanas estava operada da minha mama direita. Foi tudo muito rápido, não deu tempo de pensar muito no assunto, fui cercada de carinho, atenção e preocupação por toda a família.

olho-depoimento-elisie-01Depois que fiz a cirurgia e já em casa, a minha ficha caiu e eu precisei de um tempo para me recompor. O câncer é um intruso, ele devasta com você e com a família. Chorei muito alguns dias, queria ficar quieta e com o pensamento em Deus.

Sou cristã e foi um tempo de oração para buscar a calma que precisava para lidar com aquela situação. E aos poucos fui me adaptando, encarando aquele desafio com muita fé.

Fiz a radioterapia e não precisei da quimioterapia. Depois, durante cinco anos fiz um tratamento de hormonoterapia. Engordei oito quilos, tive menopausa precoce, meu braço direito inchava e tive que recorrer a drenagens e massagens.

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Em 2009 parei com o remédio, voltei ao meu peso normal e me livrei daqueles efeitos colaterais. Mas desde 2004 faço os meus exames semestralmente. Todos os possíveis.

O meu médico, Dr.Walter Jorge Sobrinho, me acompanha desde então e não abre mão de me ver duas vezes ao ano. Ele sempre diz que tem um “casamento” para toda a vida com as suas pacientes, cuidando e acompanhando.

Mas não me esqueço do que ele me falou na primeira consulta após a cirurgia. Que era pra eu ser feliz, buscar as coisas boas da vida, não deixar com que as adversidades me agredissem, evitando as pessoas negativas e as situações de estresse.
Claro que não é fácil, mas eu tento. Para aqueles que me perguntam como enfrentei essa doença, sempre digo que o principal foi manter a fé em Deus.

Foi um tempo de intimidade com Ele. Senti-me segura e muito amada. E se é possível tirar algo bom de toda essa situação, afirmo que me tornei uma pessoa melhor.  A gente enxerga a vida com uma visão diferenciada.

Hoje, o meu desejo é ter saúde para cuidar dos meus filhos e poder desfrutar do que a vida tem para mim. Sou grata a Deus por essa segunda chance.

Elisiê Peixoto, jornalista em Londrina–PR, teve uma segunda chance depois de um câncer de mama e agora apoia a luta de quem depende de uma medula compatível para ter mais uma chance também.

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